23/06/08

10,000 BC

A conclusão que se pode tirar muito rapidamente do que vou escrever, é que gosto de apanhar porrada. Isto porque me vou arriscar a defender o que, na minha opinião, é um filme mal compreendido. Ponto assente: "10,000 BC" não é um filme além de "engraçado", não gostei mais dele que outras produções do mesmo género, como "Apocalypto". Mas tenha-se em consideração que não era o objectivo deste filme ser um romance baseado em factos históricos, mas sim uma fantasia, um imaginário apoiado em bocados do passado.
Estou ainda um bocado abalado com a quantidade e natureza das críticas que se fizeram, mas há certos aspectos que de facto não fazem sentido. Presença do que parecem dinossauros numa era onde já o mundo é povoado por sociedades humanas "avançadas", povos que parecem o fundir egípcios com persas e incas, logística que leva a crer que tudo se passa ainda na pangeia... etc... uma balbúrdia para quem tentar sincronizar a demanda de D'leh, com o que se conhece hoje em dia do passado da terra.
Agora, passando para o outro lado, eu entretanto consegui perfeitamente esquecer todos esses detalhes, tal como muita gente deixa de olhar a um parque jurássico criado a partir de ADN retirado de um mosquito, ou ao facto de as máquinas no futuro tomarem conta da humanidade, e colocarem-nos a viver numa realidade virtual, enquanto servimos de fonte de energia... os exemplos são imensos dos filmes que são aceites incondicionalmente contendo uma grande percentagem de elementos "fantásticos". 10,000 BC manteve-me interessado até ao fim, tem os seus altos e baixos no que toca a efeitos visuais, e penso que uma vez focado no que é importante, consegue manter um enredo uniforme e no fim, entrega a experiência que constrói. Claro que essa experiência não é nada de mais, mas não vejo a razão para tanto ódio face a o que é um filme, mais uma vez, engraçado e agradável de se ver.
Não costumo usar o sistema de pontuação no blog, não vejo a necessidade de classificar um filme numericamente, uma vez que é algo tão subjectivo. Mas para que não seja mal interpretado, 10,000 BC receberia um 5,5 de zero a dez. Tem os seus pontos fortes e fracos, como todo o cinema, e sim, concordo que os fracos possam ser difíceis de ignorar, mas também concordo que não são precisas ilustrações irreais, ou um livro a ser aberto como introdução para que se interprete o imaginário de Roland Emmerich.
Entretém. E no fim de contas, para que servem os filmes?

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