27/09/09

District 9

Aquestão que se coloca neste caso é onde colocar um filme que junta mais que um género, de visual único, e que contra todas as probabilidades se torna instantaneamente em ambos sucesso de bilheteira e aclamado nas críticas e pontuações. Não é possível olhar para um lançamento desta natureza sem olhar ao cenário circundante.
Questionei-me durante algum tempo como é que aconteceu District 9 ser levado a sério pelo que se entende como uma maioria de meios-cépticos, público que, a par com os receptivos, embarcou nesta espécie de documentário onde a ficção e o surreal se misturam com a realidade da maneira mais credível alguma vez vista. Apesar do primeiro contacto com as criaturas e o mundo (in)adaptado à existência das mesmas ser difícil de aceitar, a coisa entranha-se, e muito se deve ao tratamento visual que coloca de lado todos os convencionalismos da integração CG, personagens com as quais não é suposto sentir uma espécie de ligação, apenas compreender o seu ponto de vista, um equilíbrio e transição perfeitos entre a criação de uma premissa e o desenvolver de uma história apoiada na mesma, e uma globalidade que, por falta de expressão melhor, é o filme mais cool que alguma vez vi.
Fiquei com a sensação que os trailers podem-se ter excedido a exibir certos pedaços, e o hype todo a volta de District 9 diluiu um pouco o impacto. Ainda assim é único e bem construído, quer se olhe para ele como um filme de acção bem fundamentado, ou um drama bem ilustrado, todas as sequências veiculam bem o seu objectivo, e todo o filme é uma experiência que em mais nenhum outro consegui encontrar.
O trabalho de Neil Blomkamp, realizador, pode ser encontrado facilmente, e é visível que este conceito surgiu há bastante tempo. Foi também ele o seleccionado para adaptar ao cinema o nome Halo, mas infelizmente o projecto caiu por terra restando apenas uma série de curtas que, tal como o resto, valem bem a pena uma olhadela.

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