01/01/10

Acolhedora Casa, Consciente Companhia

Na demanda por um estabelecimento aberto no primeiro de 2010 (a dada altura, um qualquer, por desporto) acabei a tomar o pequeno almoço das onze da noite na casa que agora é companhia.
Não sei dizer a que ponto se deu a mudança. Pelo menos no fórum Aveiro, a agora chamada Companhia das Sandes ainda se encontra com o visual antigo, mas já serve o menu com a nova imagem de marca aplicada nas embalagens (e tabuleiro, vá, que a cor combina) o que, junto com o site ainda em construção e alguma deficiente informação recolhida, leva-me a concluir que é recente (génio, eu...) (e prometo que este é o último parênteses).


Numa breve discussão com a astuta princesa que me acompanhava foi apontado que o valor do rebranding em questão estava na coragem em transformar a bandeira da Bolívia nos agora mais agradáveis e minimalistas deslavados.
Por alegre coincidência a Go Natural instala-se mesmo ao lado da Companhia das Sandes, estabelecimento que vai de encontro a onde quero chegar quando a meu ver tudo se trata da mudança na maneira de encarar fast-food. Hoje é perfeitamente compreensível que este segundo exemplo seja o primeiro a que se olhe quando à procura de uma refeição rápida, mesmo que mais tarde se renda ao gigante dos hambúrgueres mesmo ao lado. Existe agora a preocupação em comer saudável, parte do new way of life que abrange todas as consciencializações da moda incluindo, a fechar o circulo, sustentabilidade. Todo o rebranding da Companhia das Sandes assenta na sustentabilidade, termo que não vou detalhar por ser tão evidente e literal, descrito até, nos sacos da sandocha ou mesmo na sinalética presente, por exemplo, nos guardanapos. Os brancos sujos, laranjas, acastanhados, a desistência do uso de qualquer tipo de ilustração e factores como materiais e quantidades, são neste momento, aos olhos de Gonçalo Cabral e do seu cliente, a maneira mais rápida de chamar o faminto consciente. Aqui se desvanece a ideia de audácia, a dar lugar à astúcia no estudo e entendimento do percurso que o movimento "consumo" leva.

A minha apreciação aplaude a nobre viga mestra da nova imagem a par com a respectiva execução, mas não posso esconder que o olhar repentino sobre o que tinha nas mãos me levou a pensar que não era nada mais que uma tentativa transparente de entrar no que parece ser o look da vanguarda. Devia ser da fome... Retenho, no entanto, que não magoava as intenções uma tradução mais facetada da mensagem pretendida, e para limpar interpretações erradas, apesar de gostar de me lembrar da Casa como a derradeira exposição das cestas de vime, estou a esperar o dia em que possa entrar no espaço da Companhia, motivado pela amostra que hoje me distraiu do frango com bacon.

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