13/07/10

"Devil" e um seixo de esperança na direcção de M.Night Shyamalan

Os últimos filmes de Shyamalan são como, vamos assumir, bebidas espirituosas... Provam-se, e na maioria dos casos não sabem la muito bem, além de que o resultado sobre quem tenta chegar ao fundo da coisa não é muito agradável. Na próxima chance, bebe-se outra vez? Pois claro, a maioria das vezes a título de curiosidade porque a garrafa nova no balcão tem bom aspecto.

Foi uma metáfora parva? Foi...



"Devil" parece decente, o trailer não tem problemas em entregar um bocadinho de claustrofobia e faz-me lembrar que gosto da estrutura adjacente: As duas narrativas separadas, neste caso dentro e fora de um evento contido, que certamente colidem a dada altura, e onde a satisfação final corresponde à força da colisão, quer por construção de tensão, revelações, um twist, originalidade, ou tudo junto.
Corre é também o risco de repetir o feito de "Lady In The Water", esse que no seu género distinto me parecia tão boa ideia, e... pronto.

Sem me juntar à multidão que se agrega num apedrejamento ao coitado (M. Night), não posso passar sem dizer que concordo e me espantam os dois fenómenos agregados ao realizador em questão: O decréscimo exponencial da qualidade (termo forte e subjectivo, eu sei) dos títulos, e como é que um após outro consegue convencer de que o próximo será a sua redenção.
Ainda não vi "The Last Airbender", mas face a essa mega produção visual, a ideia com que fico é a de um senhor com coragem e meios para experimentar e brincar, respectivamente, e a ter pouca sorte com a aceitação pública da sua visão. Pode ser um individuo que não lida bem com a liberdade criativa, mas a concluir digo que acredito num endireitar, mais tarde ou mais cedo, dos métodos de Shyamalan. Caramba, é responsável por três dos filmes que me vejo a recordar com frequência!

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