14/06/09

"A Arte de Roubar"

O trailer impressionou-me na altura, mas infelizmente a película inteira não seguiu o mesmo caminho. Não que seja fraca, apenas não se excedeu.
Não consigo olhar para "A Arte de Roubar" sem ver uma boa tentativa em abranger o cinema mastrearam americano. Falam inglês na totalidade do filme, mas não é por isso. Os valores de produção estão lá, o enredo é original o suficiente e no geral tem muito bom aspecto, mas começa por pecar pelos poucos actores a quem lhes flui o inglês naturalmente (até o Nicolau Brayner, óptimo actor, acaba perdido numa performance medíocre), e acaba numa espécie de "síndrome malucos do riso", pela extensão de diálogos e sequências que pouco ajudam no desenvolvimento, quer das personagens quer do enredo, pior ainda quando algumas ajudam a quebrar o ritmo e a intriga da coisa.
Por outro lado, tenho que admitir que não foram 110 minutos desperdiçados. "A Arte de Roubar" é agradável de se assistir, e Ivo Canelas a par com Enrique Arce interpretam personagens "engraçadas", no mínimo, que acabam por fazer valer o resto. Aparições aleatórias de figuras conhecidas portuguesas não são tão descabidas quanto isso, e durante algum tempo o enredo mantém-se minimamente intrigante, acabando por se resolver num twist moderado, nada demasiado elaborado, mas satisfatório.
Vejo "A Arte de Roubar" como uma peça de premissas duvidosas e acabamentos pouco aperfeiçoados, mas no geral compõe-se um filme interessante e destacado tecnicamente quando comparado com outras produções portuguesas, portanto diria que é um passo na direcção certa.

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