14/02/10

Taking Woodstock

Faz algum tempo que me dei ao trabalho de fazer uma review de um filme a ultima vez, não que me tenha deparado com uma totalidade de filmes desinteressantes, até porque apareceram alguns exemplos que mereciam a devida explicação, o porquê de me terem desapontado tanto, ou em casos mais felizes a devida apreciação. Posso-me justificar com o tempo que leva vê-los, acrescentado ao de escrever apreciações alongadas, mas hoje é o dia em que não passo sem arranjar uns minutos para descarregar o que aqui me vai sobre "Taking Woodstock".
Acontece que se supõe que um titulo como este se estampa em algo dedicado a música e concertos em 69, o que não está errado de todo, mas o valor de Taking Woodstock começa quando se conta a história de uma família degradada a tomar conta de um negócio perto da falência. Demitri Martin, comediante, autor de algumas das peças de stand up mais engraçadas que conheço, faz o papel de Elliot Tiber, o rapaz que gosta demais dos seus pais para os abandonar, e que vê o famoso evento musical de 69 como a salvação para o motel que tem tentado manter de pé.
Fiel ou não ao que possa ter acontecido nos bastidores de Woodstock, este humilde enredo é brindado com as mais diversas, caricatas, e quase aleatórias personagens que o seguram a um passo lento mas seguro, até que quase sem aviso se vêem a lidar com o caos do evento que mudou gerações. A partir daí Taking Woodstok não muda de ritmo, não altera a fórmula, não cai no erro de trazer os clichés coloridos que caracterizam a época, a não ser quando fazem parte da experiência de Elliot, ele sim, centro do filme em questão.
Creio que o que me apanhou de surpresa foi a subtileza com que a coisa se desenrolou. Num instante era inevitável rir-me, no outro estava realmente interessado no quão o acontecimento estava a mudar a vida (ou não) dos personagens, isto intercalado com vislumbres da movimentação em massa, imagens tão conhecidas de pessoas que, à parte do enredo geral, espelhavam o feeling do vulgarizado termo "hippie", tudo misturado da forma mais uniforme e menos elaborada possível, ainda assim sem me dar a chance de evitar um sorriso na cara durante o filme inteiro.
Creio que depende do quão bem se está familiarizado com a década de 60, do valor que se lhe dá e, admito, do estado de espírito do espectador enquanto a ver Taking Woodstock, recalco que se poupa em apresentações elaboradas e é um filme de passo lento, o que pede uma certa pré disposição. Ainda assim aconselho vivamente, visto que uma vez colocadas as ligeiras condições posso afirmar que vi o filme que me definiu o termo "Feel Good Movie".
Deixo, como de costume, o trailer, que neste caso merece também destaque por ter sido mais que suficiente para me cativar.

Sem comentários: