13/02/10

Mademoiselle Gainsbourg

Desde "La science des rêves" que ganhei uma enorme admiração, quer pelo Gael Garcia Bernal, quer pela Charlotte Gainsbourg, dois actores que no filme em questão cooperam numa química perfeita, e nas obras que vim a ver daí em diante mostram qualidades únicas. Relembro "Blindness" onde Garcia se destaca, e casos como o mais recente "Antichrist" onde se não fosse pela Charlotte e o também destacável Willem Dafoe acredito que a coisa não funcionasse da mesma forma. São actores que podem não ser tão versáteis, mas o caso de Charlotte Gainsbourg, além do trabalho como actriz e até modelo revela-se autora de peças musicais interessantíssimas, e é nisto que pretendo focar-me.
Como exemplo podia ter o IRM, single sobre ressonâncias magnéticas (com sons das mesmas) que dá nome ao último álbum, mas parece-me apropriado incluir "Vanities" como ilustração, uma vez que estamos a falar de alguém que prima pela capacidade de brilhar por ser tão peculiar.


A discografia distribui-se por três álbuns, o primeiro em 86, pop francês escrito pelo pai com o titulo de "Charlotte for Ever", o segundo mais recente e interessante, de 2006, "5:55", e então o "IRM" de 2009, que na minha opinião é o que espelha com mais fidelidade o cariz da autora.
Não são títulos musicais soberbos, e posso mesmo dizer que só casos particulares se podem distinguir como diferentes e arriscados, mas a verdade é que, no último álbum, ouvindo-o de uma ponta à outra é impossível não notar uma certa alegria, ao mesmo tempo que se torna de certa forma inquietante.
A minha apreciação torna-se descentrada, não se foca na música apenas, por conhecer Charlotte Gainsbourg em todas as outras facetas, mas creio que é aí que lhe encontro valor.

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