Desde "La science des rêves" que ganhei uma enorme admiração, quer pelo Gael Garcia Bernal, quer pela Charlotte Gainsbourg, dois actores que no filme em questão cooperam numa química perfeita, e nas obras que vim a ver daí em diante mostram qualidades únicas. Relembro "Blindness" onde Garcia se destaca, e casos como o mais recente "Antichrist" onde se não fosse pela Charlotte e o também destacável Willem Dafoe acredito que a coisa não funcionasse da mesma forma. São actores que podem não ser tão versáteis, mas o caso de Charlotte Gainsbourg, além do trabalho como actriz e até modelo revela-se autora de peças musicais interessantíssimas, e é nisto que pretendo focar-me.
Como exemplo podia ter o IRM, single sobre ressonâncias magnéticas (com sons das mesmas) que dá nome ao último álbum, mas parece-me apropriado incluir "Vanities" como ilustração, uma vez que estamos a falar de alguém que prima pela capacidade de brilhar por ser tão peculiar.
A discografia distribui-se por três álbuns, o primeiro em 86, pop francês escrito pelo pai com o titulo de "Charlotte for Ever", o segundo mais recente e interessante, de 2006, "5:55", e então o "IRM" de 2009, que na minha opinião é o que espelha com mais fidelidade o cariz da autora.
Não são títulos musicais soberbos, e posso mesmo dizer que só casos particulares se podem distinguir como diferentes e arriscados, mas a verdade é que, no último álbum, ouvindo-o de uma ponta à outra é impossível não notar uma certa alegria, ao mesmo tempo que se torna de certa forma inquietante.
A minha apreciação torna-se descentrada, não se foca na música apenas, por conhecer Charlotte Gainsbourg em todas as outras facetas, mas creio que é aí que lhe encontro valor.
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