02/04/10

Orelha Negra

O trocadilho é óbvio, uma pena. Daqui podia sair algo relacionado com o quão de único estes companheiros tem. Creio que são raras as peças portuguesas com direito a destaque em blogs do quotidiano, lá fora, e se calhar foi daí que veio este choque inicial com os Orelha Negra. Falo da imagem que se apresentou no conceituado DesignYouTrust, uma brincadeira que apesar de pouco elaborada, transmite com fidelidade o que se vem a ouvir mais tarde, uma vez visitado o respectivo myspace. Facilito o interessado, eis o exemplo:


A minha opinião quanto à musica portuguesa, fora de redundâncias coincidentes com a vox populi, é que os casos que melhor combinam projecção e qualidade são os típicos, exemplos onde se tem vindo a ganhar o hábito de dizer com orgulho que "são Portugueses", esses mesmos que não precisam por serem tão transparentes. Falo da língua, da escrita e composição inerentes a casos compreendidos desde Deolinda a Anaquim, e entenda-se, são óptimos e adoro, mas é na transparência em que me foco.
Depois aparecem casos como este, os Orelha Negra, que apesar da jogada discutível em que se emprega a língua estrangeira, não posso deixar de lhes atribuir uma identidade própria, uma imagem e trabalho característicos, identificados mais pelo que a banda possa idealizar que pelo valor acrescido de "ser Português". Madame Godard são outros que marcam o que é aos meus olhos uma espécie de novo movimento, e sim, mais uma vez a língua estrangeira pode ser repisada como um atributo decisivo e discutível, mas são agora ambos casos de destaque e onde vou manter o olho.

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