
Eu acho que para a adaptação de uma peça de brodway ao cinema, mais nenhum outro nome teria tanto carácter como Tim Burton, e este pegando no seu par cliché tem todas as ferramentas para representar o seu imaginário, e já se sabe qual o resultado. Apesar de ver Johnny Depp a cantar me ser estranho à partida, a habituação mostra cedo que tal feito lhe fica bem e encaixa na perfeição com a sua companheira Helena Bonham, e se no som está perfeição, na imagem se revela algo de transcendente. A fotografia deste filme não apresenta nada de inovador (que eu tenha conhecimento), mas posso dizer que até a escuridão ganha um tom diferente, e se é sinistro que se pretende transmitir, assim é como se faz.
Detalhes técnicos à parte, o que conta The Deamon Barber of Fleet Street é tão simples como profundo, e apesar de todos os acontecimentos que se adivinham com alguma antecedência, não é possível deixar de interiorizar os acontecimentos. Penso que é assim a arte de Tim Burton, e quando compilada com o que já era desde início bom material, o resultado não podia ser diferente.
Não é fácil aprender a gostar de musicais, e entendo que não se consiga muitas vezes achar piadinha nenhuma a meia dúzia de fantoches a cantarolar de um lado para o outro, mas no meu caso pode-se dizer que tive uma primeira impressão muito boa, e procuro agora cada vez mais. Posto isto, ver Sweeney Todd: The Deamon Barber of Fleet Street foi um superar dos valores já altos que tinha quanto ao género, e manter segura a ideia de que Tim Burton tem apenas aperfeiçoado a sua técnica, sem nunca perder nada do que o faz o que é.
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