27/07/08

A L'interieur

Cada vez me convenço mais que apostar no cinema independente, ou pelo menos com um toque alternativo, é a aposta ideal no que toca a terror. Já várias vezes declarei o exponencial decréscimo de interesse por este género, e não haja dúvida que certos clichés ficam bem num filme, mas há outros que não conseguem fazer mais nada senão torna-los desinteressantes e aborrecidos de se ver. Felizmente, haja o cinema internacional e mentes inovadoras a conseguir passar filmes como "A L'interieur" ao público com sucesso.
De origem francesa, esta película deixa claro desde os créditos de abertura a natureza explicita e perturbadora do que pretende transmitir. Pega num assunto delicado como a gravidez, e dá umas quantas contorções aos espectadores, num cenário de vítima presa em casa e o que neste caso é uma mulher estranha com uma tesoura na mão. O mais extraordinário é que, no meio de tanto, consegue manter tudo em situações maioritariamente possíveis, e nunca dei por mim a questionar-me "mas porque raio não faz ela (determinada acção)", o que é muito, muito frequente neste tipo de filme.
"A L'interieur" não é apenas um banho de sangue (e mesmo assim, grande banho, diga-se...). As abordagens delicadas e originais a um tema mais que explorado, uns twists no enredo, juntamente com uma banda sonora original e apresentação gráfica sufocante, transformam este no que é um filme de terror como não via há muito tempo.

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