14/06/09

W.

Este é um dos casos em que me aproximei a medo. Já cansado do anti-americanismo pela própria nação, cansado do ódio desmiolado a um presidente que, de facto, não se apresentou a coisa mais orgulhosa de se ter, um filme que aparentemente parodia a vida e presidência de George W. Bush não se parecia com a coisa mais cativante de se ver. Ainda bem que de vez em quando sigo ao contrário do meu instinto.
A "paródia" ficou perdida no meio de "W.". Parece ter sido apenas uma jogada inteligente por parte de quem editou o trailer, mostrar apenas sequências embaraçosas do presidente, quer em público quer na sua vida pessoal (recordo-me de uma sequência de diálogo na retrete, por exemplo), mas na película completa é um alívio ver um mínimo de crédito prestado a um humano que, a certo ponto, comete erros cruciais.
Não me interpretem mal, não estou do lado de Bush, nem quero que se torne um tópico sobre política, mas posta a imagem que o mundo inteiro tem do homem, ver o lado humano de uma figura como o presidente americano torna-se uma experiência agradável. "W." começa pela juventude de Bush e acaba nos meados da sua presidencia, onde a coisa começa a dar para o torto. Entretanto peripécias e facetas são demonstradas com uma interpretação assustadoramente fiel por Josh Brolin, e tudo se compõe com um toque do humor inevitável. Acontecimentos reais são incluidos, e é deliberado que não é pretendida a mesma fidelidade em alguns deles, não deixando mesmo assim que "W." seja extremamente agradável, até mesmo importante, quando existe tamanha percentagem de "odiantes" motivados pelo sensionalismo televisivo, não por conhecimento genuino dos factos.

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