26/08/09

"Jesu", um ponto final... Paragrafo...

Acabados dias em que tentei manter esta coisa activa sem sucesso, estou de volta.
Celebra-se um aniversário, o que marca o passado verão, época de diversidade e entusiasmo para aqui e acolá por qualquer que fosse a razão. Hajam essas memórias para celebrar. Término o tempo das "férias", do meu lado não se extrai muito por onde pegar, enclausuro-me por iniciativa própria, rescaldo, dias em que o meu mundinho e o de mais ninguém são regra, e me sabe tão bem, tão melhor, que qualquer outra coisa que tenha tido ou me dêem a hipótese de ter.
O resultado é visível, seja ele fruto da recente falta de ocupação ou necessidade de abstracção, coincidência ou selecção inconsciente, por entre todas as coisinhas que se tem passado este mês, e das quais só agora posso tomar conta da ocorrência, desde o saturado "Ellipse" à repentina surpresa de "Avatar", revelações aos poucos de "United States Of Eurasia" e "Uprising", mortes de personalidades ou grupos de cidadãos em férias, consigo apenas prestar atenção a um nome. O fiel Pitchfork fez mais uma colecção em forma de "Top", que desta vez abrange 500 títulos, e estão organizados de forma a dar a conhecer as faixas mais influentes da década dos 00's. O nome surge aí.
"Jesu" é corpo presente no cenário post-rock desde 2003, género que suspeito e desejo vir a caracterizar esta década, e pode-se comparar a "Mogwai", "Explosions In The Sky"e "If These Trees Could Talk", mas com uma virgula. Esta banda, aos meus olhos, não peca pela repetição, mais, consegue-se enquadrar no experimentalismo e é o nome que mais entusiasmo me tem desenvolvido desde o meu primeiro contacto com o género, como que um circulo completo, "Godspeed You! Black Emperor". Apesar de "Jesu" ter um reportório bem mais alargado que o último nome, e mais acessível até, consegue veicular certas parecenças através de técnicas semelhantes, desespero pela estática, batalhas sem motivação por ritmos insistentes, réstias de esperança por crescendos que acabam em nada... Com "Jesu" desaparecem os violinos, o som caracteriza-se pelas guitarras gravíssimas, e a certo ponto, após algumas colaborações com outros artistas, em "Pale Skatches" de 2007, entram os beats e dubs electrónicos que dão lugar a uma melodia ritmada mais alegre, substituição das aventuras core que chegam a envolver growls.
É um mundo estranho, mas é impossível não reconhecer o valor das cabeças que o arquitectam, pois seja qual for a vertente, tenho-me mantido a ouvir e a interiorizar o trabalho de "Jesu", e tem sido remonerante o que se descobre ao longo de cerca de 10 unidades, entre LPs, álbuns em estúdio e colaborações.
Chegada a altura em que quero exemplificar o alvo do artigo, normalmente decido-me pela faixa que me deu a conhecer o nome, na esperança que assim resulte com o leitor. Desta vez assim o faço, mas com um complemento. Em primeiro lugar fica "Silver", a primordial:



Depois fica "Wash it All Away", um exemplo do contraste:



A cronologia de Jesu não é certa, como quase sempre acontece em casos experimentais. Com isto quero dizer que faixas apresentadas nos últimos álbuns podem não ser recentes, facto que confere ao processo de conhecer as bandas algum interesse acrescido.
Seja pela ordem que for, fica um artigo alongado que marca a reactivação da caverna, e um nome que com certeza não será passageiro por estes lados.

1 comentário:

joel disse...

Colei completamente no album Silver...

Que viagem!

Obrigadao por me teres mostrado a cena!